12 fevereiro 2014

Um poema de Sylvia Plath

Limite


A mulher está perfeita.
Seu corpo

Morto enverga o sorriso de completude,
A ilusão de necessidade

Grega voga pelos veios da sua toga,
Seus pés

Nus parecem dizer:
Já caminhamos tanto, acabou.

Cada criança morta, enrodilhada, cobra branca,
Uma para cada pequena

Tigela de leite já vazia.
Ela recolheu-as todas

Em seu corpo, como pétalas
Da rosa que se encerra, quanto o jardim

Enrija e aromas sangram
Da fenda doce, funda, da flor noturna.

A lua não tem por que estar triste
Espectadora de touca

De osso; ela já está acostumada.
Suas crateras trincam, fissura.

Trad. Luiz Carlos de Brito Rezende


Nenhum comentário: